Tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo apresenta células diversificadas em uma matriz abundante. Suas funções variam conforme sua constituição. Um exemplo de tecido conjuntivo é o tecido ósseo.
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O tecido conjuntivo é caracterizado por apresentar células bastante diversificadas, tanto em origem como em função.

Essas células encontram-se dispersas em uma abundante matriz celular, cuja composição também é variável, sendo dependente do tipo de célula presente no tecido conjuntivo.

Os tecidos conjuntivos podem ser:

Leia também: Principais tecidos humanos: quais são?

Funções do tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo apresenta inúmeras funções, conforme os seus diferentes tipos. Podemos destacar como funções:

  • Sustentação;

  • Preenchimento;

  • Elasticidade;

  • Proteção contra impactos;

  • Armazenamento (gordura e íons);

  • Defesa do organismo;

  • Transporte de gases e nutrientes, entre outras.

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Tipos de tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo pode ser classificado, segundo a composição de suas células e matriz extracelular, como tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo especial.

O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser classificado em tecido conjuntivo frouxo e tecido conjuntivo denso.
O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser classificado em tecido conjuntivo frouxo e tecido conjuntivo denso.

O tecido conjuntivo propriamente dito pode ser dividido em:

  • Tecido conjuntivo frouxo: as fibras de sua matriz extracelular estão dispostas frouxamente, o que confere a esse tecido uma maior flexibilidade. Dentre suas funções, podemos destacar a ligação do epitélio aos tecidos adjacentes e o preenchimento dos espaços entre órgãos e tecidos.

  • Tecido conjuntivo denso: sua constituição é semelhante ao conjuntivo frouxo, no entanto, apresenta uma maior concentração de fibras colágenas, o que o torna menos flexível. Esse tecido pode ainda ser dividido em modelado, no qual as fibras colágenas estão dispostas paralelamente aos fibroblastos, e não modelado, no qual as fibras não apresentam uma distribuição ordenada. São funções desse tecido a sustentação e a resistência à tração.

São tipos de tecidos conjuntivos especiais:

  • Tecido adiposo: constituído por células adiposas, especializadas em armazenar gordura. Dentre suas funções, podemos citar a absorção de impactos, isolamento térmico e armazenamento de energia.

  • Tecido cartilaginoso: constituído por células denominadas de condrócitos e condroblastos. Os condrócitos secretam continuamente colágeno e sulfato de condroitina, um complexo de proteínas e carboidratos que confere resistência e flexibilidade à cartilagem. Esse tecido está presente em embriões, pois depois é substituído por tecido ósseo, permanecendo apenas em algumas regiões do corpo, como nos discos intervertebrais.

  • Tecido ósseo: constituído por células denominadas de osteoblastos, osteócitos e osteoclastos e uma matriz mineralizada, que lhe confere rigidez e dureza. Dentre suas funções, podemos citar a sustentação, movimento do corpo e armazenamento de íons.

  • Tecido sanguíneo: constituído pelas células sanguíneas, como os eritrócitos (hemácias ou glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e fragmentos celulares, denominados de plaquetas. A sua matriz extracelular é líquida e denominada de plasma. O plasma é constituído por água, sais e proteínas. Dentre as funções do tecido sanguíneo, podemos destacar o transporte de gases e nutrientes e a defesa do organismo.

  • Composição do tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo é constituído por células de diferentes origens e funções, além de uma matriz extracelular abundante.

O tecido conjuntivo apresenta células diversificadas. As células do tecido cartilaginoso, por exemplo, são os condrócitos e condroblastos.
O tecido conjuntivo apresenta células diversificadas. As células do tecido cartilaginoso, por exemplo, são os condrócitos e condroblastos.

O tecido conjuntivo propriamente dito apresenta as seguintes células:

Células mesenquimais

Células-tronco multipotentes, a partir das quais se originam as demais células do tecido conjuntivo. Essas células possuem o formato estrelado ou fusiforme e apresentam prolongamentos, os quais detêm junções comunicantes com as células vizinhas.

Fibroblastos

Apresentam um formato estrelado ou alongado, prolongamentos e seu núcleo é bem desenvolvido, com nucléolos evidentes. Seu retículo endoplasmático rugoso e complexo golgiense são bastante desenvolvidos. Os fibroblastos têm a função de secretar os componentes da matriz extracelular. Trata-se das células mais abundantes do tecido conjuntivo.

Macrófagos

Essas células apresentam diferentes formas, dependendo de seu estado funcional, além de núcleo na forma de rim e retículo endoplasmático rugoso e complexo golgiense bem desenvolvidos. São originadas a partir dos monócitos produzidos na medula óssea e que depois migram do sangue para o tecido conjuntivo, onde passam por algumas mudanças, transformando-se em macrófagos.

Os macrófagos têm função de defesa, fagocitando restos celulares, bactérias e outras substâncias estranhas presentes no organismo. Além disso, os macrófagos secretam substâncias que auxiliam na defesa, como a lisossoma (enzima que destrói as paredes das bactérias), e na reparação de tecidos, como a enzima colagenase.

Plasmócitos

São células ovoides, apresentam grande quantidade de retículo endoplasmático rugoso e são responsáveis pela síntese de anticorpos (glicoproteínas produzidas em resposta à penetração de moléculas estranhas no organismo). Os plasmócitos são encontrados em maior abundância em regiões mais suscetíveis à presença de substâncias estranhas e em locais de inflamações crônicas.

Mastócitos

Os mastócitos imaturos originam-se na medula óssea e, por meio da corrente sanguínea, chegam aos tecidos, onde se diferenciam em mastócitos. São encontrados, principalmente, na pele, nos sistemas respiratório e digestório.

Os mastócitos são células grandes e apresentam núcleo pequeno e central. Em seu citoplasma, estão presentes grânulos com mediadores químicos das reações alérgicas e processos inflamatórios. Em sua superfície, são encontrados receptores específicos para imunoglobulina E (IgE), que são proteínas produzidas pelos plasmócitos e que atuam como anticorpos. Os mastócitos atuam nas reações imunes, alérgicas e inflamatórias.

Células adiposas

As células adiposas são grandes, esféricas, apresentam núcleo periférico e são especializadas no armazenamento de gordura. São encontradas em pequena quantidade; quando em maior quantidade, formam o tecido adiposo, um tipo de tecido conjuntivo.

Leucócitos

Os leucócitos, também conhecidos como glóbulos brancos, são células de defesa do organismo. Eles migram do sangue para o tecido conjuntivo, onde são encontrados em pequena quantidade. Essa quantidade aumenta mediante a ação de micro-organismos.

Acesse também: Sistema imunológico humano: a defesa do nosso corpo

Matriz extracelular

O tecido sanguíneo, como os demais tecidos conjuntivos, apresenta uma matriz extracelular abundante, a qual é constituída por água, sais e proteínas.
O tecido sanguíneo, como os demais tecidos conjuntivos, apresenta uma matriz extracelular abundante, a qual é constituída por água, sais e proteínas.

A matriz extracelular é abundante e apresenta uma parte fibrilar e uma não fibrilar, denominada de substância fundamental.

Fibras

O tecido conjuntivo apresenta fibras, as quais são formadas por proteínas que se polimerizam e formam estruturas alongadas. As fibras colágenas e reticulares apresentam a proteína colágeno em sua constituição.

As fibras colágenas conferem força e flexibilidade aos tecidos, já as fibras reticulares atuam na união do tecido conjuntivo aos tecidos adjacentes. As fibras elásticas apresentam a proteína elastina em sua composição, conferindo aos tecidos uma maior elasticidade.

Substância fundamental

É uma substância viscosa, transparente e, geralmente, constituída por glicosaminoglicanos (polissacarídeos), proteoglicanos (proteínas) e glicoproteínas (proteínas ligadas a glicídios).

A sua constituição pode variar conforme o tipo de tecido conjuntivo. Ela preenche os espaços intercelulares e atua na sustentação do tecido, como lubrificante e como barreira contra micro-organismos invasores.

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