O útero é um órgão muscular com formato de pera invertida e pertence ao sistema reprodutor feminino. Ele é constituído por uma parede espessa, formada por três camadas. As dimensões de um útero não gravídico é de 7,5 cm de comprimento e 5 cm de largura. No entanto, ele apresenta grande capacidade de expansão, de forma que consegue acomodar o bebê durante toda a gestação.
→ Função do útero
O útero é o órgão responsável por abrigar o embrião desde o momento que inicia o seu desenvolvimento até o momento do nascimento.
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→ Camadas do útero
O útero apresenta uma parede espessa, constituída por três camadas:
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Camada externa ou perimétrio: é o revestimento epitelial do útero. Ela é contínua com o peritônio, ligando-se à cavidade pélvica pelos chamados ligamentos largos, por onde passam as artérias uterinas;
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Camada média ou miométrio: é a camada mais espessa do útero. Ela é constituída por feixes de musculatura lisa separados por tecido conjuntivo e distribuídos em camadas. Durante a gravidez, essa camada aumenta bastante seu tamanho, devido ao aumento no tamanho e na quantidade de células musculares. Essas células reduzem seu tamanho e outras se degeneram após a gestação;
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Camada interna ou endométrio: essa camada é formada por tecido epitelial e conjuntivo, esse último denominado de estroma epitelial, onde estão presentes glândulas tubulares. O endométrio é irrigado por dois tipos de artérias, sendo uma espiralada e que sofre alterações durante o ciclo menstrual.
O útero é o órgão do sistema reprodutor feminino responsável por abrigar o bebê durante todo o período gestacional.
→ Menstruação
A cada 28 dias, em média, o endométrio prepara-se para receber o embrião. Essa preparação consiste, por exemplo, no aumento do seu volume e dos capilares. Todavia, não havendo a fecundação, ou seja, não havendo a formação do embrião, essa camada do útero passa por um processo de descamação, onde ocorre eliminação de células dessa camada, além de sangue, pela vagina. Esse processo é conhecido como menstruação.
→ Partes do útero
O útero é dividido em três partes:
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Corpo do útero: é a porção dilatada do útero;
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Fundo do útero: é a parte superior do útero, acima da parte dilatada;
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Cérvice ou colo uterino: é a porção mais estreita e mais baixa do útero, abrindo-se na vagina.
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→ Colo do útero
A cérvice ou colo uterino, como dito, é a porção mais estreita e baixa do útero. A estrutura dessa região do útero difere-se das demais, sendo constituída, principalmente, por tecido conjuntivo denso. Sua mucosa apresenta epitélio simples colunar, onde estão presentes glândulas mucosas cervicais.
Essas glândulas secretam, durante a ovulação, secreções fluídas, que auxiliam o deslocamento dos espermatozoides no útero. Já na gravidez, as secreções são mais viscosas de forma a dificultar, por exemplo, a entrada de micro-organismos. A extremidade externa do colo do útero é revestida por epitélio estratificado pavimentoso.
→ Câncer de colo uterino
O câncer de colo uterino ocupa o segundo lugar na incidência de câncer em mulheres, sendo o câncer de mama o de maior incidência, principalmente em países em desenvolvimento. Esse tipo de câncer também já foi um dos com maiores índices de mortalidade, no entanto, esse índice agora é relativamente baixo, devido ao diagnóstico precoce por meio de exames preventivos de citologia oncótica (teste de papanicolau).
Alguns fatores de risco podem contribuir para o surgimento desse tipo de câncer, como o tabagismo, uso prolongado de contraceptivos orais, múltiplos parceiros sexuais, atividade sexual precoce, agentes infecciosos, como o HPV, entre outros fatores.
É importante destacar que o HPV está intimamente relacionado com o surgimento desse tipo de carcinoma, entretanto já está disponível a vacinação contra o HPV a uma parcela da população na rede pública.
Esse tipo de câncer, em seus estágios iniciais, é assintomático. Com a evolução da doença, podem ocorrer a invasão de estruturas adjacentes e sintomas como dores pélvicas e lombares, hematúria (presença de sangue na urina), entre outras. Assim, é essencial a realização de exames ginecológicos periódicos, pois o tratamento é definido de acordo com o estágio da doença.
→ Endometriose
Endometriose é uma doença ginecológica caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial fora da cavidade uterina, resultando em uma reação inflamatória. A endometriose está relacionada a inúmeros fatores, desde genéticos a disfunções do endométrio. Dentre os sintomas da endometriose, podemos destacar a dor pélvica, infertilidade, dor de cabeça, cólica menstrual, entre outras.
O diagnóstico correto da endometriose só pode ser feito a partir do exame de laparoscopia. O tratamento varia de acordo com a gravidade dos sintomas e localização da doença, mas pode ser realizado com medicamentos, procedimento cirúrgico ou a combinação dos dois métodos.
A endometriose é uma doença ginecológica que apresenta como alguns de seus sintomas a dor pélvica e cólica menstrual.
→ Curiosidade sobre o útero
Durante a gravidez, o útero passa por diversas transformações para que possa acomodar o bebê durante todo o período gestacional. Dentre essas transformações, podemos destacar o seu comprimento, que, de 7,5 cm, em média, pode chegar até 35 cm; sua capacidade, que variava em torno de 6 a 10 ml, passa a ser de até 10 l; e seu peso, que era de até 70 g, pode chegar a 1,2 kg.