A hereditariedade pode ser definida como a transmissão de caracteres de uma geração à outra. As primeiras noções sobre hereditariedade provavelmente surgiram com a domesticação de animais e a agricultura, pois pode-se perceber que, ao se reproduzirem, os organismos geravam indivíduos de sua mesma espécie e semelhantes aos genitores.
No entanto, durante muito tempo não se sabia ao certo como esse mecanismo ocorria e muitas teorias surgiram a respeito. Até os anos 1800, a hipótese mais aceita era a de que o material genético dos pais se misturavam dando origem ao novo indivíduo. Mas, segundo essa hipótese, as populações que surgissem deveriam ser uniformes, o que não acontece.
Assim, depois de várias hipóteses que se mostravam falhas ao explicar alguns aspectos da hereditariedade, surge a hipótese da herança particulada. Nessa hipótese, os pais transmitem partículas com suas características aos seus descendentes, surge assim a ideia de gene. Embora a natureza do material genético só tenha sido desvendada em meados do século passado com avanços tecnológicos e a apresentação do modelo de DNA por Watson e Crick (1953).
Os princípios básicos da hereditariedade foram descobertos pelo monge austríaco Gregor Mendel, através da realização de experimentos com o cruzamento de diversas variedades de ervilhas e análise de diversas gerações de descendentes. Os experimentos duraram quase uma década, o que permitiu que elaborasse uma hipótese para a explicação de seus resultados. No entanto, seus resultados só foram reconhecidos em 1900, pelo biólogo holandês Hugo de Vries (1848-1935).
Os resultados do trabalho de Mendel permitiram explicar as bases da hereditariedade, que estão descritas nas leis de Mendel, também conhecidas como leis da hereditariedade:
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1ª Lei de Mendel ou lei da pureza dos gametas:
Cada característica é condicionada por dois fatores que se separam na formação dos gametas. Cada gameta recebe apenas um desses fatores.
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2ª Lei de Mendel ou lei da segregação independente:
Os genes para duas ou mais características são transmitidas aos gametas de forma independente e se recombinam ao acaso.
A transmissão dos genes depende do processo de duplicação do DNA. Esse processo ocorre por meio da mitose, em organismos que apresentam reprodução assexuada, e da meiose, em organismos com reprodução sexuada.