Aids

Aids é a última fase da infecção causada pelo vírus HIV, na qual o sistema imunológico encontra-se fragilizado, deixando o organismo suscetível a diversas doenças oportunistas.
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A aids é uma síndrome desencadeada pelo vírus HIV. Essa síndrome é o estágio mais avançado da infecção, no qual o sistema imunológico não consegue mais defender o organismo, deixando-o fragilizado e suscetível a diversas doenças oportunistas que podem levar o indivíduo a óbito. A transmissão ocorre pela troca de fluídos corporais, como sêmen, secreções vaginais, sangue e leite materno. A infecção por HIV pode ser dividida em quatro fases:

  • aguda
  • assintomática
  • sintomática inicial
  • aids/doenças oportunistas

O diagnóstico da infecção por HIV é realizado por meio de exames laboratoriais específicos, e, quando mais precoce ele for, mais eficaz será o tratamento. No entanto, é importante destacar que essa infecção não tem cura, sendo o tratamento realizado com o objetivo de reduzir-se a carga viral no organismo do doente, dando-lhe melhor qualidade de vida.

A aids pode ser prevenida tomando-se alguns cuidados, como uso de preservativos nas relações sexuais e não compartilhamento de materiais perfurocortantes. No dia 1º de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

Acesse também: HIV e aids são a mesma coisa?

O que é aids?

A aids (Acquired Immunodeficiency Syndrome, em português: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é o estágio mais avançado da infecção por HIV. O vírus HIV afeta as células de defesa do organismo, deixando-o mais suscetível a contrair e desenvolver outras doenças, denominadas oportunistas. Como o sistema imunológico do indivíduo está fragilizado, ele não consegue combatê-las, o que pode levá-lo a óbito.

É importante destacar que uma pessoa não morre de aids, mas de outras doenças que ela adquire pelo fato de o organismo estar fragilizado, devido a essa falha causada pelo vírus HIV no seu sistema imunológico.

1º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids
1º de dezembro – Dia Mundial de Luta Contra a Aids

O que é o HIV?

O HIV (Human Immunodeficiency Virus, em português: Vírus da Imunodeficiência Humana) é pertencente à Família Retroviridae e Subfamília Lentivirinae. Os retrovírus, como o HIV, contêm uma cadeia simples de RNA associada à enzima transcriptase reversa, a qual produz DNA tendo como modelo o RNA viral. Esse DNA produzido sintetiza o RNA que constituirá o genoma dos novos vírus formados na célula infectada.

O HIV infecta as células de defesa do organismo, principalmente os linfócitos T-CD4+, nos quais se replica utilizando a maquinaria presente nessas células. O vírus recém-formado é liberado da célula hospedeira através de seu rompimento, podendo permanecer em seguida no meio extracelular ou infectando novas células.

Existem dois vírus denominados genericamente HIV que podem causar a aids:

  • HIV-1
  • HIV-2

O HIV-1 é o mais frequente em todo o mundo, já o HIV-2 é menos comum e produz menor quantidade de partículas virais no organismo do que o HIV-1. No entanto, o HIV-2 apresenta  maior resistência a antirretrovirais do tipo não nucleosídeos, uma classe de medicamentos utilizada no tratamento da infecção por HIV no Brasil. É importante destacar que um mesmo indivíduo pode apresentar uma infecção causada pelos dois tipos de vírus, os quais se replicam simultaneamente no organismo, causando a chamada infecção conjunta ou superinfecção.

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Transmissão do HIV

A transmissão do HIV ocorre devido ao contato com fluídos corporais

  • nas relações sexuais (sêmen e secreções vaginais);
  • no compartilhamento de materiais perfurocortantes que entram em contato com o sangue, como agulhas, alicates de unha, entre outros;
  • na transfusão de sangue, embora, atualmente, o sangue a ser utilizado em transfusões passe por rigorosos testes para evitar esse tipo de transmissão;
  • da mãe para o filho (transmissão vertical) pela gestação, pelo parto ou aleitamento materno;
  • no manuseio de materiais contaminados e sua possível contaminação por parte dos profissionais de saúde (transmissão ocupacional).

É importante saber que o contato com um portador de HIV, seja por abraço, seja aperto de mão, não transmite o vírus. Picadas de insetos e uso de instalações sanitárias também não transmitem a doença.

 

Veja também: Poliomielite – doença causada pelo poliovírus

Manifestações clínicas da aids

A infecção por HIV pode manifestar-se de diferentes formas, as quais podem ser divididas em quatro fases:

  • Infecção aguda

Ocorre de cinco a 30 dias após a exposição ao vírus. Nessa fase surgem sintomas que se assemelham à gripe ou à mononucleose e duram cerca de 14 dias. Entre eles estão:

  • febre
  • fadiga
  • aumento dos gânglios linfáticos (adenopatia)
  • faringite
  • cefaléia
  • suores noturnos
  • úlceras orais e genitais
  • Fase assintomática

Após a fase de infecção oral, surge uma fase de estabilização, na qual as manifestações clínicas são mínimas ou ausentes. No entanto, alguns indivíduos podem apresentar linfoadenopatia generalizada persistente, “flutuante” e indolor, que é o aumento dos linfonodos em várias regiões do corpo, podendo ser persistentes ou desaparecerem e voltarem de tempos em tempos, não causando dor.

  • Fase sintomática inicial

Surgem sinais e sintomas inespecíficos que podem durar mais de um mês, os quais são conhecidos como complexos relacionados a aids (ARC), além de ocorrer um aumento da carga viral e queda na contagem dos linfócitos T-CD4+.

Dentre os sinais e sintomas, podemos citar:

  • sudorese noturna
  • perda de peso
  • diarreia
  • fadiga
  • linfoadenopatia generalizada
  • candidíase oral e vaginal
  • herpes simples recorrente
  • herpes zoster
  • úlceras aftosas
  • gengivite
  • Aids/Doenças oportunistas

Nessa fase, quando o sistema imunológico está fragilizado, surgem as infecções oportunistas, além de neoplasias, como sarcoma de Kaposi, linfomas não Hodgkin e neoplasias intraepiteliais anal e cervical. Dentre as infecções oportunistas que surgem, podemos citar:

  • citomegalovirose
  • leucoencefalopatia multifocal progressiva
  • candidíase
  • herpes simples
  • tuberculose
  • pneumonia

Diagnóstico da aids

O diagnóstico da infecção por HIV é realizado por meio de exames específicos, para realizá-los, é necessária a coleta de sangue ou fluído oral. Os exames devem ser feitos, no mínimo, 30 dias após a exposição à situação de risco, como sexo desprotegido. Isso se deve ao fato de que o exame busca detectar anticorpos produzidos pelo organismo contra o vírus, os quais podem não ser detectados nesse período, denominado janela imunológica, resultando assim em falso negativo.

Existem dois tipos de exames que podem ser realizados para o diagnóstico de HIV, os laboratoriais e os testes rápidos. Os chamados testes rápidos são capazes de detectar anticorpos contra o HIV em  cerca de 30 minutos.

Tratamento da Aids

A infecção causada pelo HIV não tem cura, no entanto, o tratamento reduz a carga viral no organismo portador de forma a garantir uma melhor qualidade de vida e diminuindo também as chances de transmissão da doença.

Existem dois tipos de medicamentos, chamados de antirretrovirais, utilizados no tratamento da doença no Brasil:

  • inibidores da transcriptase reversa
  • inibidores da protease

Os inibidores da transcriptase reversa atuam inibindo a replicação do HIV, bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa, a qual converte o RNA viral em DNA. Os inibidores da protease inibem a ação da enzima protease, a qual atua na clivagem das cadeias proteicas, produzidas pela célula infectada, em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula dos novos vírus. O tratamento apresenta melhores resultados quando utilizados dois ou mais medicamentos de uma mesma classe farmacológica, o que se denomina terapia combinada.

Acesse também: Antibióticos – medicamentos utilizados no tratamento de doenças bacterianas

Prevenção contra o HIV

Os usos de preservativos, seringas e agulhas descartáveis são formas de prevenir-se contra o HIV.
Os usos de preservativos, seringas e agulhas descartáveis são formas de prevenir-se contra o HIV.

Para prevenir-se contra o contágio pelo vírus HIV, deve-se tomar algumas precauções, como:

  • Uso de preservativos, masculino ou feminino, em todas as relações sexuais;
  • Uso de seringas e agulhas descartáveis;
  • Não compartilhar materiais perfurocortantes;
  • Controle do sangue e derivados para uso em transfusões;
  • Adoção de cuidados na exposição a material biológico;
  • Realização de pré-natal adequado para prevenir a transmissão vertical.