A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença causada pelo poliovírus, um vírus da família Picornaviridae, gênero Enterovírus. A doença pode apresentar-se assintomática ou com sintomas graves, como a paralisia, que pode desencadear inclusive a morte.
O diagnóstico da poliomielite é realizado por meio de avaliação clínica, exames laboratoriais e eletroneuromiografia. A principal forma de transmissão é a fecal-oral, e sua prevenção é realizada por meio de vacinação, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde. O tratamento consiste em evitar complicações e reduzir a mortalidade.
Ações em todo o mundo têm ajudado na erradicação dessa doença. Atualmente, apenas Afeganistão e Paquistão registram casos.
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O que é a poliomielite?
A poliomielite, pólio ou paralisia infantil é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus pertencente à família Picornaviridae e gênero Enterovírus denominado de poliovírus, o qual apresenta três sorotipos (1, 2 e 3), sendo o tipo 1 o que geralmente mais causa paralisias. O poliovírus foi o primeiro da família Picornaviridae a ser estudado.
A doença afeta principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, por isso também recebe o nome de paralisia infantil. Ela pode apresentar diferentes formas clínicas, desde assintomáticas até a paralisia flácida de determinados músculos, o que pode ser temporário ou definitivo. Como nessa doença há o acometimento de neurônios motores, a paralisia ocorre nos músculos correspondentes a eles. A paralisia definitiva é mais comum nos membros inferiores. A forma paralítica ocorre em cerca de 1,6% dos casos. É importante destacar que cerca de 5% a 10% dos indivíduos acometidos podem ir a óbito por paralisia dos músculos respiratórios.
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Formas de transmissão da poliomielite
A poliomielite é causada por um vírus que é transmitido de pessoa a pessoa principalmente via fecal-oral. O vírus sempre entra via oral, seja por meio de contato direto com as fezes, seja por meio de objetos contaminados pelas fezes dos infectados.
Regiões onde as condições habitacionais e de higiene são precárias apresentam uma maior possibilidade de esse vírus ficar no ambiente e desencadear a transmissão fecal-oral. Nessas situações, o vírus também pode contaminar água e alimentos, mas esse tipo de transmissão é menos frequente. A transmissão pode ocorrer também pela via oral-oral, ao entrar em contato com gotículas de secreção da orofaringe expelidas por um indivíduo infectado ao falar, tossir ou espirrar.
Sintomas e diagnóstico da poliomielite
A poliomielite apresenta um período de incubação que varia geralmente de 7 a 12 dias. Vale destacar que essa doença pode ser transmitida mesmo quando o indivíduo está assintomático. A maioria dos indivíduos não apresenta sintomas, no entanto, quando presentes, podem aparecer de forma leve ou grave. Dentre os sintomas da poliomielite, podemos citar:
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dor de cabeça;
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vômitos;
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diarreia;
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constipação (prisão de ventre);
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rigidez na nuca;
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instalação de flacidez muscular.
O diagnóstico da poliomielite é realizado por meio de avaliação clínica e de exames laboratoriais que realizam o isolamento do vírus em amostras de fezes. Além disso, podem ser realizados exames do liquor, sorológico e a eletroneuromiografia.
Prevenção e tratamento da poliomielite
A poliomielite é uma doença que não tem tratamento específico. As medidas de tratamento têm como objetivo apenas evitar complicações e reduzir a mortalidade. A principal forma de prevenção é a vacinação, que está presente no Calendário Nacional de Vacinação e é disponibilizada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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Erradicação da poliomielite
Na 41º Assembleia Mundial de Saúde, realizada em 1988, teve início a Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, a qual, por meio de programas de prevenção, controle e vigilância, busca a erradicação dessa doença. No Brasil, o último caso foi registrado em 1989. Nas Américas, o último caso registrado foi no Peru, em 1991. Assim, o continente americano recebeu o Certificado da Erradicação da Transmissão Autóctone do Poliovírus Selvagem em 1994.
No ano de 2016 a incidência da doença havia diminuído 99%, restando poucos países ainda apresentando casos. No dia 25 de agosto de 2020, a África foi declarada livre do poliovírus selvagem, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apenas Afeganistão e Paquistão registram casos da doença.