Reprodução sexuada e assexuada

A reprodução sexuada e assexuada são processos realizados pelos organismos para garantir a continuidade às espécies, gerando novos descendentes.

Por Takayama Douglas de Sousa Quirino

Representação da fecundação (encontro do espermatozoide com o óvulo), um exemplo de reprodução sexuada.
Representação da fecundação (encontro do espermatozoide com o óvulo), um exemplo de reprodução sexuada.
Crédito da Imagem: Shutterstock.com
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A reprodução sexuada e assexuada são duas formas de reprodução dos seres vivos e processos que permitem a continuidade das espécies e o compartilhamento das características genéticas com os descendentes. Na reprodução assexuada, não há encontro de gametas e os organismos conseguem se reproduzir sem a necessidade de outro indivíduo; na sexuada, em contrapartida, os organismos produzem células reprodutivas (gametas), que se fundem para dar origem a um novo indivíduo. Cada tipo de reprodução apresenta vantagens e desvantagens evolutivas, sendo adaptado às necessidades de cada organismo que a realiza.

Leia também: Gametogênese — o processo de produção dos gametas

Resumo sobre reprodução sexuada e assexuada

  • Reprodução é o processo que os indivíduos realizam para dar continuidade à espécie.
  • A reprodução pode ser sexuada (com gametas) ou assexuada (sem gametas).
  • A sexuada promove variabilidade genética e ocorre na maioria dos animais e plantas.
  • A assexuada gera clones e ocorre em bactérias, fungos, protozoários, plantas e alguns animais.  
  • Existem vários tipos de reprodução, como bipartição, fragmentação, fecundação interna e externa.
  • A reprodução sexuada e assexuada podem ser diferenciadas pela complexidade, quantidade de indivíduos envolvidos, presença de gametas e variabilidade genética.

O que é reprodução sexuada e assexuada?

  • Reprodução sexuada

Libelinhas (macho e fêmea) copulando, um exemplo de reprodução sexuada.
Libelinhas (macho e fêmea) copulando, um exemplo de reprodução sexuada.

A reprodução sexuada ocorre quando os organismos produzem gametas (células reprodutivas), que se encontram e compartilham material genético para formar um novo indivíduo. Esse processo depende da participação de dois organismos, e o descendente carrega um conjunto de genes proveniente de ambos. Como consequência, há geração de variabilidade genética, o que contribui para a adaptação e evolução das espécies. Diversos organismos realizam reprodução sexuada, como animais e plantas. 

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  • Reprodução assexuada

A reprodução assexuada ocorre sem o encontro de gametas e sem a troca do material genético. Nesse tipo de reprodução, um único organismo é capaz de gerar descendentes por meio da replicação de suas próprias células e de seu material genético. Isso representa uma vantagem, pois o organismo não depende de outro para se reproduzir.

No entanto, como os descendentes são geneticamente idênticos ao organismo original — ou seja, clones —, esse processo não gera variabilidade genética, o que pode ser uma desvantagem evolutiva para a espécie. Diferentes organismos apresentam esse tipo de reprodução, sendo mais comum entre os microrganismos, como bactérias, fungos unicelulares e protozoários. No entanto, alguns organismos macroscópicos (visíveis a olho nu) também realizam reprodução assexuada, como certas plantas, algas pluricelulares e até alguns animais.

Microrganismo unicelular realizando reprodução assexuada.
Microrganismo unicelular realizando reprodução assexuada.

Tipos de reprodução sexuada e assexuada

  • Tipos de reprodução sexuada

    • Fecundação interna: nesse tipo de reprodução sexuada, o encontro dos gametas ocorre dentro do corpo dos organismos e, normalmente, o novo indivíduo se desenvolve dentro do corpo da fêmea. No entanto, isso não é uma regra, como é o caso dos cavalos-marinhos, que o macho carrega os embriões e os novos indivíduos se desenvolvem em seu interior.  
Cavalo-marinho macho carregando seus filhotes na bolsa incubadora.
Cavalo-marinho macho carregando seus filhotes na bolsa incubadora.
  • Fecundação externa: ocorre quando os gametas são liberados no ambiente, onde se encontram. Na maioria das vezes, o gameta masculino nada em direção ao gameta feminino, que é fecundado fora do corpo dos organismos (ex.: sapos, peixes).

Fertilização externa em rãs.
Fertilização externa em rãs.
  • Fecundação cruzada: ocorre entre dois indivíduos diferentes da mesma espécie. Nesse caso, os gametas masculinos de um indivíduo fecundam os gametas femininos do outro, e ambos podem ser fecundados, promovendo maior variabilidade genética na descendência (ex.: minhocas).
Minhocas realizando a fecundação cruzada.
Minhocas realizando a fecundação cruzada.
  • Autofecundação: nesse tipo de reprodução sexuada, o mesmo indivíduo produz gametas masculinos e femininos, que se fecundam entre si. A principal desvantagem desse tipo de reprodução é que não há variabilidade genética (ex.: tênias, plantas hermafroditas).
  • Tipos de reprodução assexuada

    • Bipartição (ou cissiparidade): nesse tipo de reprodução assexuada, o organismo realiza uma divisão celular, formando dois novos indivíduos, com características genéticas idênticas, ou seja, clones de um mesmo indivíduo (ex.: bactérias, protozoários).
Representação de um organismo (unicelular) realizando bipartição.
Representação de um organismo (unicelular) realizando bipartição.
  • Brotamento: ocorre quando um novo organismo se forma a partir de uma protuberância formada no próprio indivíduo. Esse “broto” pode se desenvolver ali, permanecendo ligado ao seu organismo gerador, ou pode se desprender e se fixar em outro substrato. (ex.: leveduras, poríferos).
Esponja-do-mar com alguns brotos.
Esponja-do-mar com alguns brotos.
  • Esporulação: ocorre quando um indivíduo produz esporos (geralmente muito resistentes), que são liberados no ambiente e podem se espalhar por diversos locais. Esses esporos podem sobreviver a diferentes condições ambientais e, ao encontrarem um ambiente propício, desenvolvem-se ali (ex.: fungos, algas).
Esporófito de uma briófita, região onde é produzido e liberado os esporos.
Esporófito de uma briófita, região onde é produzido e liberado os esporos.
  • Fragmentação: esse processo ocorre quando os organismos podem regenerar partes de seu corpo, após serem fragmentados por diversos fatores, como a correnteza do mar  (ex.: estrelas-do-mar, planárias).
  • Multiplicação vegetativa: é um tipo de reprodução assexuada na qual novos indivíduos são gerados a partir de estruturas presentes no corpo, como caules, raízes ou micélios (em fungos) e talos (em algas). Esse processo ocorre naturalmente, mas pode também ser induzido, como nas técnicas de enxertia. Essa forma de reprodução permite a formação de organismos idênticos à “planta-mãe”, o que é muito útil na agricultura para manter características desejáveis nas culturas.

Leia também: Como ocorre a reprodução das bactérias?

Diferenças entre reprodução sexuada e assexuada

Características

Reprodução Sexuada

Reprodução Assexuada

Número de indivíduos necessários

Dois (geralmente)

Um só

Uso de gametas

Sim

Não

Variabilidade genética

Sim

Não (clones)

Rapidez e simplicidade

Menor

Alta

Exemplos

Humanos, sapos, insetos, plantas com flores.

Bactérias, fungos unicelulares (leveduras), poríferos.

Como ocorre a reprodução sexuada e assexuada?

  • Sexuada: envolve a formação de gametas haploides — células com apenas um conjunto de cromossomos — por meio de um processo de divisão celular chamado meiose. Nesse processo, os gametas são originados a partir de células germinativas (diploides) presentes nos organismos. Normalmente, os indivíduos atingem a maturidade sexual e, a partir desse momento, ocorre o encontro dos gametas (fecundação), que pode ser dentro do corpo de um dos indivíduos (fecundação interna) ou fora dele, no ambiente (fecundação externa).
  • Assexuada: ocorre por meio de divisão celular direta, como a mitose. O organismo pode se dividir, formar brotos, expandir-se ou produzir esporos que são liberados no ambiente. Nesse tipo de reprodução, o material genético é copiado durante a divisão celular, e os indivíduos resultantes apresentam o mesmo patrimônio genético do organismo original. Como não há envolvimento de gametas, esse processo não permite a troca de material genético entre indivíduos.

Exercícios resolvidos sobre reprodução sexuada e assexuada

1. (UECE – 2024) Relacione corretamente os tipos de reprodução às suas características gerais, numerando os parênteses abaixo de acordo com a seguinte indicação:

1. Sexuada;

2. Assexuada.

(  ) Caracteriza-se pela fusão de duas células haploides, os gametas, com formação de uma célula diploide, o zigoto.

(  ) É importante porque promove a variabilidade genética, uma vantagem evolutiva para as espécies que utilizam essa reprodução.

(  ) O organismo genitor origina descendentes geneticamente idênticos a si.

(  ) A divisão binária é um tipo de reprodução que consiste na divisão do indivíduo genitor em dois novos indivíduos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) 1,1,2,2.

b) 1,2,2,1.

c) 2, 1,1,2

d) 2,2,1,1.

Resposta: Letra A. A reprodução sexuada tem como principal vantagem a variabilidade genética. Já na reprodução assexuada isso não ocorre. 

2. (UFMS) Existem dois modos de reprodução animal, sexuada e assexuada. Na reprodução sexuada, a fusão de gametas haploides forma uma célula diploide, o zigoto. Na reprodução assexuada, novos indivíduos são gerados sem a fusão de gametas.

Em relação aos tipos de reprodução assexuada, assinale a alternativa correta.

a) Na esporulação, um organismo é primeiro macho e depois fêmea.

b) Na partenogênese, um indivíduo deve mudar seu sexo durante a vida.

c) Na divisão binária ou cissiparidade, um ovo desenvolve-se sem ser fertilizado.

d) No brotamento, novos indivíduos surgem a partir de crescimentos de outro indivíduo já existente.

e) No processo de fragmentação, por meio da mitose, células reprodutivas são produzidas e desenvolvem-se em um novo organismo após a dispersão.

Resposta: letra D. Brotamento é um tipo de reprodução assexuada em que novos organismos são formados a partir de uma pequena protuberância (broto) que surge no organismo genitor.

Fontes:

BANDEIRA, Raquel de Almeida; ALMEIDA, Vera Lúcia. Biologia celular e molecular. São Paulo: Editora Saraiva, 2019.

NEVES, Davi Pereira. Parasitologia Humana, 11. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

SILVA, Maria B.; COSTA, Clóvis de Figueiredo. Biologia – Reprodução, genética e evolução. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020.

SOUSA, Paulo E.; CÂMARA, Renata M. Citologia e genética básica. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2018.

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A Delimitar a célula, separando o meio interno do externo
B Coordenar a síntese e o agrupamento das microfibrilas em células vegetais
C Produzir RNA a através da transcrição
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