Segunda onda de covid-19 no Brasil

A segunda onda de covid-19 no Brasil se iniciou em meados de novembro de 2020 e foi responsável por provocar milhares de mortes em todo o território nacional.
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 A segunda onda de covid-19 no Brasil ocorreu em meio ao caos instalado pela primeira onda da doença. Enquanto em muitos países houve um “controle” da enfermidade antes do surgimento de novos casos, no Brasil a segunda onda ocorreu em meio a números elevados de contaminados. O surgimento de novas variantes do vírus, juntamente com uma resistência da população e governantes para adotarem medidas rígidas de controle da doença, fez com que o Brasil atingisse recordes diários de novos casos e mortes.

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O que é a covid-19?

A covid-19 é uma doença causada por um vírus da família dos coronavírus. O SARS-CoV-2, vírus responsável por desencadear a doença, ficou conhecido como um novo coronavírus, uma vez que os vírus dessa família já são velhos conhecidos da população. Os coronavírus estão relacionados com o desenvolvimento de resfriados e também com outras doenças mais graves, como a Mers e a Sars.

A covid-19 foi identificada pela primeira vez em 2019, na China. No ano de 2020, a doença se espalhou por todo o planeta, desencadeando mortes e também crise econômica, uma vez que muitas cidades pararam suas atividades não essenciais completamente como forma de barrar o avanço do vírus.

A covid-19 é uma doença viral que afeta o sistema respiratório, podendo provocar falta de ar.
A covid-19 é uma doença viral que afeta o sistema respiratório, podendo provocar falta de ar.

A doença é transmitida por meio de gotículas respiratórias eliminadas pelo doente ao tossir, falar ou espirrar. Quando essas gotículas entram em contato com mucosas da boca, nariz ou olhos, podem contaminar outra pessoa, daí a necessidade do distanciamento físico. Além disso, a doença pode ser transmitida por meio do contato com superfície contaminada e o posterior toque das mãos nas mucosas. Em razão dessa última forma de transmissão, uma das recomendações para prevenir a doença é lavar sempre as mãos com água e sabão ou higienizá-las com álcool 70%.

As pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2 podem ser assintomáticas ou desenvolver sintomas como febre, tosse seca e cansaço. Podem apresentar ainda diarreia, perda do olfato e paladar, dor de garganta, dor de cabeça, conjuntivite e erupção cutânea.

Nos casos mais graves, o indivíduo pode apresentar dificuldade para respirar e necessitar de ventilação mecânica. A gravidade da doença é maior em idosos e pessoas que apresentam problemas de saúde, como hipertensão, diabetes e problemas cardíacos. Isso não significa, no entanto, que outras pessoas não possam ficar gravemente doentes.

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O que é a segunda onda de covid-19?

Quando falamos em segunda onda da pandemia de covid-19, estamos nos referindo a um aumento de casos da doença após uma redução na taxa de contaminados. Quando a doença foi descoberta, os casos começaram a aumentar em várias regiões do mundo. Após algum tempo, houve um pico e a posterior queda no número desses casos. Após a redução, no entanto, não ocorreu o fim da doença, e sim um novo aumento no número de casos, o que caracteriza uma segunda onda.

No Brasil, os primeiros casos da covid-19 ocorreram em 2020 e logo se observou o aumento do número de contaminados. O pico da doença foi atingido nos meses de julho a setembro, havendo, após esse período, uma queda nas taxas de transmissão. Os números, no entanto, voltaram a subir, caracterizando o início da segunda onda de covid-19 no Brasil. Segundo especialistas, a segunda onda começou em meados de novembro em nosso país. Muitas pessoas, no entanto, questionaram essa afirmação, alegando que no Brasil houve uma queda no número de casos.

Uma segunda onda se inicia após uma redução do número de casos.
Uma segunda onda se inicia após uma redução do número de casos.

Para determinar se uma pandemia está contida ou em avanço, utiliza-se o chamado número de reprodução básico (Rt). Esse número pode ser definido como o número médio de pessoas infectadas por um único indivíduo contaminado enquanto este ainda permanece contagioso. Quando o número de reprodução básico fica acima de 1, dizemos que a pandemia está avançando; quando o valor é inferior a 1, dizemos que a pandemia está contida.

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Impactos da segunda onda de covid-19 no Brasil

No Brasil, os impactos da segunda onda foram maiores do que os da primeira. Os números de infectados e de mortos bateram recordes, desencadeando um colapso na rede de saúde pública e particular do país. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil está vivendo o maior colapso sanitário e hospitalar de toda a sua história. A falta de planejamento, uma falsa sensação de segurança e o descumprimento das medidas de prevenção contra a doença por uma grande parcela da população fizeram com que o caos se instalasse. As festas de final de ano e Carnaval também pioram o cenário brasileiro na segunda onda.

Logo no início de 2021, o Brasil presenciou alguns dos fatos mais marcantes da pandemia até o momento. Pacientes em Manaus morriam devido à falta de oxigênio, um insumo essencial no tratamento da covid-19. Não demorou muito para que outros estados começassem a relatar a falta de medicamentos e um aumento assustador nas taxas de ocupação dos leitos de UTI, o que fez com que muitas pessoas morressem sem atendimento médico adequado.

Além da crise na rede de saúde, o Brasil se viu diante de um grave problema econômico. Com algumas atividades não essenciais suspensas, muitos trabalhadores sofreram com a redução drástica de suas rendas. Por esse motivo, muitas pessoas foram empurradas à pobreza.

Apesar de o cenário ser bastante dramático, a liberação de vacinas para a população pode ajudar a frear a segunda onda e até mesmo prevenir que outras ondas tão catastróficas quanto essa ocorram. Mas enquanto a vacina não chega a todos, é fundamental que medidas de distanciamento sejam adotadas, bem como o uso de máscara. É importante destacar ainda que, mesmo com o surgimento da vacina, não somos capazes de derrotar completamente o vírus. Isso pode ser observado, por exemplo, em doenças como sarampo e gripe, que ainda provocam vítimas, apesar das campanhas de vacinação.

Outras ondas da covid-19 virão?

Outras ondas da covid-19 provavelmente ocorrerão. É só observar, por exemplo, a Europa, que já sofre com a terceira onda da doença. O que podemos fazer é amenizar os efeitos das outras ondas, investindo em vacinação e informação sobre a doença. É fundamental destacar que a população deve fazer sua parte, cumprindo adequadamente as medidas de prevenção, evitando aglomerações e fazendo uso de máscaras, por exemplo.