Quarentena

A quarentena consiste na restrição no trânsito de pessoas sadias, mas que possam ter sido expostas a um agente infeccioso, de forma a evitar a disseminação de uma doença.

Quarentena é uma medida de saúde pública utilizada para impedir a disseminação de doenças com grande transmissibilidade. Quando submetidas a uma quarentena, pessoas saudáveis, mas que tiveram contato com doentes ou estiveram em regiões de surtos epidêmicos, têm sua liberdade de trânsito restrita na tentativa de impedir a disseminação de uma determinada doença.

Na história da humanidade, já houve diversos momentos em que foram estabelecidas quarentenas em razão do surgimento e propagação de algumas doenças. Esse é o caso recente de Wuhan, na China. A quarentena foi instaurada nessa cidade após o surgimento da doença COVID-19, causada pelo novo coronavírus.

A cidade de Wuhan entrou em quarentena após o surgimento de casos da COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus.

O que é quarentena?

A quarentena consiste em um período em que pessoas saudáveis, mas que estiveram expostas a uma doença transmissível, seja por contato com um doente, seja por estar em regiões de surtos epidêmicos, têm sua liberdade de trânsito limitada. A quarentena também pode ser estabelecida para animais.

Embora o nome remeta a um período de quarenta dias, a duração da quarentena é determinada com base no período de incubação da doença, ou seja, o tempo que a doença leva para se manifestar. Essa medida de saúde pública busca, assim, controlar a disseminação da doença.

Embora a quarentena seja realizada principalmente em casos de surtos de doenças de grande transmissibilidade, essa prática é alvo de algumas críticas. Alguns autores consideram que a quarentena não seja algo realmente eficaz para conter a transmissão de doenças em casos de grandes surtos. Além disso, esse processo gera o questionamento de até onde vai o limite entre a proteção e o direito de liberdade do indivíduo.

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Diferença entre quarentena e isolamento

A quarentena diferencia-se do isolamento porque restringe o trânsito de pessoas sadias que teriam sido expostas a um agente infeccioso, podendo estar contaminadas. Já o isolamento é a separação dos indivíduos doentes, portadores de doenças contagiosas. O objetivo das duas medidas, no entanto, é o mesmo: evitar a propagação de determinada doença.

No isolamento, os portadores de doenças contagiosas são tratados separadamente.

Origem da quarentena

Não se sabe exatamente a origem da quarentena, no entanto, o período de reclusão de 40 dias tem origem na China, quando se estudavam formas de vacinação contra a varíola. Era observado que as crostas extraídas dos doentes ficavam infectantes por cerca de 40 dias durante o inverno. Com isso, estipularam esse mesmo período de tempo para evitar a propagação de diversas outras doenças, bem como para práticas de purificação.

Na Idade Média, a prática da quarentena foi adotada durante o início da peste negra, isolando-se, por exemplo, viajantes oriundos de regiões onde ocorriam a doença por cerca de 40 dias. No entanto, quando a doença se espalhou de fato, desencadeando o surto, essa prática foi temporariamente abandonada. Alguns registros também apontam o estabelecimento de quarentena pelo governo britânico no século XVIII como forma de conter o avanço da peste negra.

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Casos recentes de quarentena

→ Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars)

Essa doença é causada pelo vírus SARS-CoV e teve seus primeiros registros de casos no ano de 2002, na China. No ano de 2003, o governo de Pequim estabeleceu uma quarentena na qual proibiu cerca de quatro mil pessoas, que tiveram contato próximo com suspeitos de terem a doença, de saírem de suas casas, em uma tentativa de evitar a propagação da doença. A Sars causou a morte de cerca de 800 pessoas.

COVID-19 (Novo coronavírus)

A partir do dia 23 de janeiro de 2020, a cidade de Wuhan, na China, entrou em uma quarentena como forma de se evitar a propagação de uma nova enfermidade, a COVID-19, causada por uma novo vírus da família coronavírus, identificado no início do ano de 2020. Até o dia 14 de fevereiro de 2020, a COVID-19 já havia levado a óbito cerca de 1.380 pessoas.

Por Helivania Sardinha dos Santos