Síndrome de Asperger é um termo usado para se referir a uma condição que provoca prejuízos na interação social e comportamentos restritivos. Essa síndrome é atualmente reconhecida como transtorno do espectro autista (TEA), desde a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição.
O TEA é um transtorno do desenvolvimento neurológico que não apresenta cura, porém intervenções precoces podem garantir um maior desenvolvimento do indivíduo. Para isso, é fundamental que o diagnóstico seja realizado o mais rápido possível.
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O que é síndrome de Asperger?
Até a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição (DSM-5), a síndrome de Asperger era considerada um distúrbio diferente do autismo, sendo frequentemente descrita como uma forma leve desse transtorno. A síndrome é caracterizada por dificuldades na interação social e interesses e comportamentos limitados.
A diferença com o autismo está no fato de que, na síndrome de Asperger, o indivíduo não apresenta, por exemplo, retardo na linguagem falada. Atualmente, no entanto, essa síndrome e o autismo estão enquadrados no mesmo diagnóstico, o transtorno do espectro autista. De acordo com o DSM-5, “indivíduos anteriormente diagnosticados com transtorno de Asperger atualmente receberiam um diagnóstico de transtorno do espectro autista sem comprometimento linguístico ou intelectual”.
O que é transtorno do espectro autista (TEA)?
O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno caracterizado por dificuldade na comunicação e interação social bem como pela presença de padrões restritivos e repetitivos de comportamento. No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição (DSM-5), realizou-se a fusão de transtorno autista, transtorno de Asperger e transtorno global do desenvolvimento no transtorno do espectro autista.
De acordo com a publicação, em vez de constituir transtornos distintos, os sintomas desses transtornos representam na realidade um continuum único de prejuízos com intensidades que vão de leve à grave.
O TEA é uma condição que pode ser percebida ainda na infância e acompanha o indivíduo por toda vida, não apresentando cura. As pessoas dentro do espectro têm dificuldade para interagir socialmente e para se comunicar e alterações comportamentais que incluem ações repetitivas, interesses intensos e muito focados, e dificuldade de imaginação.
Essas características, no entanto, não aparecem com mesma intensidade em todos os indivíduos, existindo aqueles que apresentam o TEA, mas com prejuízos leves, e aqueles que vivenciam dificuldades graves.
Os sinais do TEA podem ser percebidos ainda no primeiro ano de vida da criança, sendo fundamental atenção dos pais a alguns comportamentos. Baixo contato ocular, baixa atenção à face humana, não seguir objetos e pessoas próximos em movimento, apresentar interesses não usuais, não se voltar para ruídos no ambiente, e incomodar-se exageradamente com sons altos podem ser sinais do TEA.
Como mencionado, o TEA não apresenta cura, porém terapias podem favorecer o desenvolvimento desses indivíduos. O acompanhamento multidisciplinar, com psicólogo e fonoaudiólogo, por exemplo, pode ajudar as pessoas dentro do espectro a desenvolverem a linguagem e habilidades sociais. Como cada pessoa é única, as abordagens em cada caso são diferenciadas, bem como os resultados obtidos.
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Hans Asperger
A síndrome de Asperger recebeu esse nome em homenagem a Hans Asperger (1906-1980), um pediatra austríaco conhecido por suas contribuições na área da psiquiatria infantil. Apesar de ter realizado importantes trabalhos, uma pesquisa publicada em 2018 levou muitas pessoas a questionarem se essa homenagem era merecida.
Isso se deve ao fato de que o artigo intitulado “Hans Asperger, National Socialism, and ‘race hygiene’ in Nazi-era Vienna” trouxe informações que comprovam que Hans cooperou ativamente com o programa de “eutanásia” infantil dos nazistas. Ele fazia parte de uma comissão que examinava crianças com deficiência mental. Aquelas que eram consideradas “não educáveis” eram enviadas para a unidade de “eutanásia”, onde eram mortas.