Narcolepsia

A narcolepsia é um distúrbio de sono crônico que se caracteriza por provocar sintomas como sonolência excessiva diurna e perda repentina do tônus muscular.
Homem dormindo apoiado em um armário de arquivos, uma alusão à narcolepsia.
Pessoas com narcolepsia podem apresentar ataques de sono incontroláveis.
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Narcolepsia é o nome dado a um distúrbio de sono crônico que apresenta como sintoma principal a sonolência excessiva durante o dia. Trata-se de um problema de saúde grave, uma vez que afeta negativamente a vida do indivíduo, podendo provocar até mesmo acidentes graves. Além da sonolência excessiva, pacientes com narcolepsia podem apresentar outros sintomas, tais como episódios de perda do tônus muscular, fragmentação do sono e alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas.

O diagnóstico é feito por meio de entrevista com o paciente e análise dos sintomas apresentados, bem como a realização de exames específicos para avaliar o sono do indivíduo. Apesar de a narcolepsia não ter cura, medidas comportamentais e farmacológicas fazem com que o tratamento diminua o impacto negativo da doença na vida da pessoa.

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Resumo sobre narcolepsia

  • A narcolepsia é um distúrbio de sono crônico.

  • Os principais sintomas da narcolepsia são sonolência excessiva diurna, cataplexia, paralisia do sono, fragmentação do sono e alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas.

  • O indivíduo com narcolepsia apresenta ataques de sono durante o dia que podem colocar até mesmo sua vida em risco.

  • O diagnóstico baseia-se na análise dos sintomas e na realização de exames, tais como a polissonografia noturna e o teste diurno de múltiplas latências.

  • O tratamento da narcolepsia não visa à cura, e sim à melhoria na qualidade de vida do paciente.

  • O tratamento inclui mudanças comportamentais e a ingestão de medicamentos específicos.

O que é narcolepsia?

Narcolepsia é um distúrbio do sono que afeta uma a cada 2000 mil pessoas, acometendo homens e mulheres em uma mesma proporção. De acordo com a Associação Brasileira do Sono, cerca de três milhões de pessoas sofrem com a narcolepsia em todo o mundo. A doença está associada a fatores genéticos e ambientais e têm origem hipotalâmica.

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Quais são os principais sintomas da narcolepsia?

Os sintomas da narcolepsia costumam surgir entre os sete e 25 anos de idade, acompanhando o indivíduo por toda a sua vida. O principal sintoma da narcolepsia é a sonolência excessiva durante o dia, a qual ocorre em todos os pacientes, porém com diferentes graus de severidade. Trata-se de um sintoma bastante perigoso, uma vez que episódios de sono podem ocorrer em situações em que a atenção é fundamental, como quando uma pessoa está dirigindo.

É importante deixar claro aqui que não devemos considerar esse sintoma como preguiça, por exemplo, pois se trata de um distúrbio grave que merece atenção.

Paralisia do sono também pode ocorrer nesses pacientes e caracteriza-se por uma incapacidade de se movimentar no momento em que estão acordando ou adormecendo. Pacientes com narcolepsia também podem apresentar alucinações hipnagógicas-hiponopômpicas. Essas alucinações ocorrem na transição vigília-sono ou sono-vigília e podem ser visuais, somatossensoriais, auditivas, vestibulares ou multissensoriais. Na maioria dos casos, a alucinação é visual, sendo descrita comumente como uma sensação de sonhar acordado.

Em pacientes com narcolepsia, é também observada a fragmentação do sono. Nesses pacientes, observa-se a ocorrência de múltiplos despertares, além da movimentação excessiva durante o sono.

Cataplexia como sintoma da narcolepsia

A cataplexia é um outro sintoma que pode ocorrer em pacientes com narcolepsia. São episódios de perda repentina e reversível do tônus muscular. Essa perda do tônus muscular é desencadeada geralmente por emoções como raiva e surpresa e, com maior frequência, pelo riso. Diferentemente da sonolência, a cataplexia não é um sintoma encontrado em todos os pacientes.

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Como diagnosticar a narcolepsia?

O diagnóstico de narcolepsia nem sempre é uma tarefa fácil, uma vez que o sintoma principal, a sonolência excessiva, é considerado um sintoma inespecífico e comum a muitas outras doenças. O primeiro passo para diagnosticar o problema é uma avaliação médica dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente. Na entrevista, é realizada uma série de perguntas que visam a verificar a gravidade da sonolência apresentada.

Além da entrevista, recomenda-se a realização de exames. O médico deverá solicitar a polissonografia noturna, que nada mais é que o registro de uma noite de sono do paciente em laboratório, e no dia seguinte, o paciente deverá realizar o teste diurno de múltiplas latências.

O que pode ajudar a melhorar a vida de quem tem narcolepsia?

Homem e mulher se exercitando à beira de uma praia, o que alivia os sintomas da narcolepsia.
A prática de atividades físicas auxilia no tratamento dos sintomas da narcolepsia.

O tratamento da narcolepsia é feito por meio de medidas comportamentais e tratamento farmacológico. No que diz respeito ao comportamento, podemos citar a adoção de ações como:

  • manter horários regulares para a realização das atividades diárias, bem como de sono;

  • realizar cochilos curtos durante o dia para controlar a sonolência diurna;

  • evitar situações de privação do sono;

  • ter muita atenção com uso de medicamentos que possam provocar o aumento de sono, como antialérgicos;

  • não fazer ingestão de bebidas alcoólicas;

  • evitar alimentos pesados próximo ao horário de dormir;

  • procurar atividades relaxantes antes do horário de se deitar;

  • realizar atividades físicas.

No que diz respeito ao tratamento farmacológico, o médico poderá recomendar medicamentos estimulantes para controle da sonolência diurna e medicamentos para tratar as crises de cataplexia. Em geral, para o tratamento da cataplexia, as drogas de escolha são os antidepressivos tricíclicos.