O lúpulo (Humulus lupulus L) é uma planta angiosperma e pertence à família Canabinnaceae. O seu cultivo (devido às suas propriedades medicinais relaxantes) remonta ao século VIII. Já a associação do lúpulo com a cerveja aparece em registros do ano de 736. São conhecidas, atualmente, mais de cem variedades de lúpulo com concentrações variadas de resinas, que lhe conferem o amargor típico.
Leia também: Diferença entre fruta e fruto
Características do lúpulo
O lúpulo é uma planta originária da Europa e do norte da Ásia. É uma planta perene, ou seja, apresenta uma maior expectativa de vida, podendo viver cerca de 50 anos. Ela é trepadeira e pode alcançar cerca de oito metros de altura, suas raízes também são longas, podendo atingir cerca de quatro metros de profundidade e cinco metros lateralmente.
O lúpulo é uma planta dioica, ou seja, apresenta os sexos separados, tendo assim a planta feminina e a planta masculina. A planta feminina é a responsável pela produção dos grânulos de lupulina, utilizados na fabricação de cerveja.
Saiba também: Plantas tóxicas - exemplos, efeitos e medidas preventivas
Cultivo do lúpulo
Os primeiros registros de cultivo de lúpulo datam do século VIII, quando monges na França e Alemanha cultivavam essa espécie devido às propriedades medicinais por ela apresentadas, como o seu efeito relaxante. Atualmente, cerca de 98% do lúpulo cultivado são utilizados na produção de cerveja. Estados Unidos e Alemanha são dois dos maiores produtores mundiais dessa planta.
O cultivo do lúpulo requer condições especiais, sendo que a incidência solar é um fator importante para a sua produtividade, entretanto, altas temperaturas (acima de 32 °C) podem cessar o seu crescimento. Deve-se fazer também uma análise do solo antes do cultivo, pois essa planta permanecerá anos nesse local, apresenta elevadas necessidades nutricionais, e seu sistema radicular alcança grandes profundidades.
O lúpulo também requer um solo com acidez próxima da neutralidade, assim, pode ser que seja necessário a utilização de corretivos alcalinizantes. A irrigação, na maneira tradicional, desse tipo de cultivo ocorre por alagamento, devido à alta necessidade de água pela planta, assim, pode ser necessário também o nivelamento do solo.
Desse modo, um solo ideal para o cultivo do lúpulo deve apresentar as seguintes características:
-
Ser naturalmente fértil, apresentando grande teor de matéria orgânica;
-
Apresentar pH próximo à neutralidade;
-
Apresentar espessura elevada;
-
Apresentar bom arejamento.
Veja também: Quais são os movimentos vegetais?
Utilização do lúpulo
O lúpulo já foi bastante utilizado na produção de medicamentos, tinturas, entre outros. No século XV, era utilizado como aromatizante e conservante de bebidas no Reino Unido.
A sua associação com a cerveja aparece em registros do mosteiro beneditino em Weihenstephan, na Alemanha, do ano de 736. Atualmente, é utilizado, em quase sua totalidade cultivada, na produção de cerveja. O lúpulo apresenta resinas, denominadas de alfa e beta ácidos, que conferem o sabor amargo às cervejas.
Depois das resinas, as substâncias mais importantes do lúpulo, e que ainda são objetos de estudo, são os óleos essenciais. O óleo de lúpulo é constituído de mais de 200 compostos diferentes que contribuem para o aroma da cerveja. O lúpulo é utilizado no início da fabricação da cerveja, atuando na sua esterilização e conferindo-lhe o sabor amargo característico. Ao final da fabricação, o lúpulo é novamente acrescentado, proporcionando um maior sabor.
Leia também: Drogas - história, tipos efeitos e consequências
Variedades do lúpulo
Como dito, o lúpulo apresenta ácidos do tipo alfa e beta, que lhe conferem o amargor característico. As variações nas concentrações desses ácidos fazem com que possamos diferenciar mais de 100 variedades de lúpulo. A seguir apresentamos algumas dessas variações.
-
Cascade: Produto de cruzamento de outras duas variedades (Fuggle e Serebrianka), apresenta entre 4,5% e 7,0% de alfa-ácidos e entre 4,5% e 7% de beta-ácidos.
-
Saaz: Variedade de lúpulo da República Tcheca, apresenta entre 2,5% e 4,5% de alfa-ácido e entre 4,0% e 6,0% de beta-ácidos. O amargor característico dessa variedade é baixo, mas apresenta muito sabor.
-
Phoenix: Variedade de lúpulo inglesa produzida na Universidade de Wye, com base nas características da variedade Yeoman. Apresenta entre 8% e 12% de alfa-ácidos e entre 4% e 5,5% de beta-ácidos.
-
Fuggle: Variedade de lúpulo inglesa, bastante popular naquele país. Apresenta entre 3,0% e 6,0% de alfa-ácidos e entre 2,0% e 3,0% de beta-ácidos.