Aranha-marrom

Aranha-marrom é o nome dado a diferentes espécies de aranhas pertencentes ao gênero Loxosceles. Sua picada pode causar necrose da pele e até mesmo a morte.

Aranha-marrom é o nome popular de mais de 100 espécies pertencentes ao gênero Loxosceles. Trata-se de aranhas pequenas e que apresentam coloração que varia do marrom-claro ao escuro. Apresentam hábitos noturnos e são geralmente encontradas escondidas debaixo de troncos, pedras e até mesmo no interior das residências, onde se escondem atrás de móveis e em frestas de paredes.

Essas aranhas provocam acidentes graves que se caracterizam, principalmente, por lesões de pele necrosantes. Não são agressivas, ocorrendo acidentes apenas quando têm seus corpos pressionados. O tratamento do envenenamento por aranha-marrom é feito com uso de analgésicos, limpeza do local, hidratação e soroterapia.

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Resumo sobre aranha-marrom

Características da aranha-marrom

Aranha-marrom é o nome popular dado a diferentes espécies de aranhas pertencentes ao gênero Loxosceles. De acordo com o Instituto Butantan, em todo o mundo, foram catalogadas, até agora, 134 espécies de aranhas-marrom, sendo encontradas no Brasil 18 espécies diferentes desse invertebrado. Em nosso país, três espécies merecem destaque por causarem acidentes: Loxosceles gaucho, Loxosceles intermedia e Loxosceles laeta.

Como o nome popular sugere, as aranhas-marrom apresentam corpo com coloração marrom, sendo possível observar variações nos tons, a depender da espécie estudada. Essas aranhas, que têm uma aparência frágil, medem de 2 cm a 3 cm, e os machos são menores do que as fêmeas.

Como todas as aranhas, a aranha-marrom tem o corpo dividido em duas partes: cefalotórax e abdome. No cefalotórax está presente uma marca em formato de violino, que, entretanto, devido à coloração das diferentes espécies, nem sempre é possível de ser observado. As aranhas-marrom apresentam seis olhos, distribuídos em três pares.

As aranhas-marrom são mais ativas durante a noite e são capazes de produzir teias irregulares, geralmente, em locais com pouca luminosidade. Suas teias lembram fios de algodão. Não são agressivas, e os acidentes com essas espécies ocorrem apenas quando a aranha é comprimida. Em geral as picadas ocorrem quando uma pessoa está se vestindo ou mesmo dormindo.

Onde a aranha-marrom vive?

As aranhas-marrom são aracnídeos encontrados em várias partes do planeta, sendo encontradas originariamente nas Américas, África e Europa. No Brasil, ocorrem com maior frequência nas regiões Sul e Sudeste. Esses artrópodes podem ser encontrados vivendo debaixo de cascas e buracos de árvores, sob pedras, em fendas de barrancos, cavernas, entre outros. Com frequência são observados dentro das residências humanas, ocorrendo em áreas como frestas de paredes e escondidos atrás de móveis, quadros e entulho.

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Picada da aranha-marrom

A picada da aranha-marrom é extremamente perigosa, uma vez que seu veneno pode causar a morte de uma pessoa. O veneno dessas aranhas apresenta como principal componente a proteína esfingomielinase-D, responsável pelo processo inflamatório na região lesionada e por provocar hemorragia e necrose.

A aranha-marrom apresenta veneno que possui ação necrosante.
A aranha-marrom apresenta veneno que possui ação necrosante.

A picada das aranhas-marrom, em geral, produz pouca dor, o que faz com que muitas pessoas não tenham percepção de que o acidente ocorreu. O envenenamento pela aranha-marrom é denominado loxoscelismo, composto por duas variedades clínicas: a forma cutânea e a forma cutâneo-visceral.

O que fazer em caso de acidente com aranha-marrom?

Caso seja picado por uma aranha-marrom, é fundamental procurar ajuda médica para a obtenção do soro antiaracnídico. O soro produzido pelo Instituto Butantan é indicado o para o tratamento de acidentes moderados e graves causados por aranhas dos gêneros Loxosceles (aranha-marrom) e Phoneutria (aranha-armadeira), e escorpiões do gênero Tityus (escorpião-marrom, escorpião-amarelo). Acidentes leves, em geral, não precisam da administração do soro.

Além do soro, o tratamento do envenenamento pela aranha-marrom envolve a utilização de analgésicos, compressas frias no local da picada e limpeza adequada das lesões. Em caso de infecções secundárias, é necessário o uso de antibióticos. Em casos graves, pode ser necessário transfusão sanguínea. Alguns autores destacam ainda a importância da hidratação a fim de prevenir problemas renais.

Fontes

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Instituto Butantan desenvolve pomada contra picada letal de aranha. 31 jan. 2019. Governo do Estado de São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/instituto-butantan-desenvolve-pomada-contra-picada-letal-de-aranha/.

SILVA, Tainara Santana Galvão. Picada de aranha marrom (Loxosceles sp.) em coelho (Oryctolagus cuniculus): Relato de Caso. 2016. Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/16234/1/2016_TainaraSantanaDaSilva_tcc.pdf.

Acidentes por aranha-marrom: tipos de lesão e cuidados de enfermagem. Disponível em: http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/4370/1/Acidentes%20por%20aranha-marrom.pdf.

Girelli, Luís Paulo; Golombieski, Daniele; Matta, Renato F.; Silva, Jefferson Braga. Evolução e manejo do acidente loxoscélico. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882638/evolucao-e-manejo-do-acidente-loxoscelico.pdf.

Fontes:

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http://ri.uepg.br/riuepg/bitstream/handle/123456789/925/Capitulo%201.pdf?sequence=2

http://ri.ucsal.br:8080/jspui/bitstream/prefix/4370/1/Acidentes%20por%20aranha-marrom.pdf

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882638/evolucao-e-manejo-do-acidente-loxoscelico.pdf  


Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/aranha-marrom.htm