Dispositivo intrauterino (DIU)

O DIU é um método contraceptivo eficiente a longo prazo e totalmente reversível.

O DIU (dispositivo intrauterino) é um dos métodos contraceptivos mais utilizados em todo o mundo, correspondendo a cerca de 150 milhões de pessoas que adotaram esse procedimento como forma de evitar gravidezes indesejadas e possuir mais autonomia quanto ao planejamento familiar e controle do momento mais adequado para se ter um filho.

Esse dispositivo pode ser do tipo hormonal, composto pelo hormônio levonorgestrel, ou não hormonal, revestido por cobre. Os dois dispositivos causam alterações no ambiente do útero que dificultam a motilidade e sobrevivência dos espermatozoides nessa região e, portanto, evitam o processo de fertilização e o possível desenvolvimento do zigoto.

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Resumo sobre DIU

O que é DIU?

Estrutura do DIU de cobre
O DIU é uma estrutura plástica em formato de “T” que pode ser revestida de cobre, como o da imagem.

O dispositivo intrauterino (DIU) é um método contraceptivo reversível eficaz e de longa duração utilizado por mais de 150 milhões de pessoas com útero em todo o mundo. O DIU é uma pequena peça feita de plástico, com o formato de “T”, que apresenta um pequeno cordão em sua região inferior e pode conter cobre ou hormônios específicos em sua composição. O DIU é inserido através de um tubo introduzido no canal vaginal e é acomodado no útero, onde pode permanecer por longos períodos atuando de forma eficaz na prevenção da gravidez.

Para que serve o DIU?

O DIU é um método contraceptivo utilizado como forma de evitar gravidezes não planejadas, sendo um importante aliado no planejamento familiar e possibilitando maior autonomia na decisão sobre qual é o melhor momento para se ter filhos.

Quais são os tipos de DIU?

Esquema ilustrativo mostra DIU hormonal, DIU inserido no útero e DIU de cobre.
O DIU pode ser do tipo hormonal ou não hormonal.

O DIU pode ser de dois tipos: com hormônio ou sem hormônio. Tanto o DIU hormonal como o não hormonal apresentam o mesmo objetivo, que consiste no impedimento da fecundação e formação do zigoto, porém utilizam-se estratégias diferentes para que isso não aconteça.

- DIU de cobre: é formado por uma estrutura plástica em forma de “T” envolto por vários fios de cobre na haste central, sendo possível também a presença de cobre na haste horizontal. Esse dispositivo é livre de hormônios, e a contracepção é garantida pois os íons de cobre liberados causam uma inflamação no tecido que reveste o útero (endométrio), resultando em alterações que impedem a fecundação do espermatozoide. Os íons liberados também afetam os espermatozoides e diminuem sua capacidade de movimentação dentro do útero.

- DIU de prata: apesar do nome, o DIU de prata é um DIU de cobre mas que apresenta também prata em sua composição. A combinação da prata com o cobre tem o objetivo de diminuir o risco de oxidação e fragmentação do cobre no organismo. De uma forma geral, o mecanismo que evita a fertilização é o mesmo que ocorre no DIU de cobre.

Popularmente comercializado com o nome Mirena, esse dispositivo é revestido por um hormônio chamado levonorgestrel, similar à progesterona, que causa alterações no muco cervical, o que torna o ambiente mais difícil para os espermatozoides se locomoverem, além de gerar alterações na camada do endométrio, diminuindo o fluxo menstrual.

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Eficácia do DIU

O DIU é um método contraceptivo bastante eficaz, correspondendo a 99% o índice de sua eficiência, e com taxas de falhas extremamente baixas que giram em torno de 0,2 a 0,9% de falhas a cada 100 mulheres no período de um ano.

Segundo especialistas, há um potencial risco de falhas associado à idade da pessoa usuária, observando-se uma diminuição da taxa de falha conforme o avanço da idade da pessoa.

Vantagens e desvantagens do uso do DIU

A escolha do DIU como método contraceptivo possui algumas vantagens quando comparado com outros métodos contraceptivos:

- Eficaz, de longo prazo e reversível: o DIU é um método contraceptivo eficaz (99% de eficácia), possui duração de longo prazo que pode durar de três a dez anos dependendo do tipo que é escolhido, além de ser um método reversível que pode ser retirado a qualquer momento.

- Versatilidade: outra vantagem é a sua versatilidade e a facilidade de inserção no útero, não sendo necessário nenhum tipo de cirurgia para esse procedimento que leva poucos minutos para ser realizado. Uma vez colocado, a única preocupação será a checagem anual a partir de exame de ultrassom realizado por um médico ginecologista para se certificar de que o dispositivo se encontra na posição ideal.

- Custo-benefício: o DIU em sua versão não hormonal custa entre R$ 100 e R$ 400, e na sua versão hormonal entre R$ 800 a R$ 1.200, e possui durabilidade de pelo menos três anos. Isso significa que possui um maior custo-benefício quando comparado aos gastos gerados por outros métodos contraceptivos, como as pílulas anticoncepcionais, que devem ser adquiridas regularmente.

- Oferecido gratuitamente pelo SUS: o DIU de cobre e o Minera são oferecidos gratuitamente pelo SUS e geram baixo custo para o sistema de saúde pública, o que facilita a sua implantação em larga escala.

Por outro lado, a principal desvantagem do uso do DIU e um dos principais motivos de sua retirada são alguns efeitos colaterais que podem acontecer.

- Aumento do fluxo menstrual e cólicas: esses efeitos colaterais normalmente envolvem a menorragia, que é o sangramento vaginal intenso durante o período menstrual, e também a dismenorreia, que são cólicas intensas durante o período menstrual. É importante destacar que esses efeitos colaterais não ocorrem em todos os casos e podem variar de indivíduo para indivíduo.

- Desconforto: outra desvantagem é a sensação de desconforto que algumas pessoas podem experimentar durante a inserção do dispositivo. Como forma de minimizar essas questões é possível optar por realizar o procedimento com sedação de forma que nenhum desconforto seja sentido.

- Dificuldade de acesso pelo SUS: a dificuldade no acesso ao DIU através do sistema de saúde pública é uma das desvantagens na escolha desse método contraceptivo já que existem algumas barreiras que dificultam o acesso da população a ele, como a disponibilização do dispositivo apenas através de indicação médica e a obrigatoriedade da realização de diversos exames antes da sua inserção.

Mitos sobre o DIU

A falta de acesso da população a informações corretas sobre o DIU pode gerar alguns mitos acerca do uso desse dispositivo. Entre esses mitos estão:

Esquema ilustrativo de inserção do DIU
O DIU é inserido no útero a partir do canal vaginal com o auxílio de um tubo.

Fontes

FERREIRA, A.; et al. Rejeição ao uso do dispositivo intra-uterino (DIU) como método contraceptivo em mulheres em idade reprodutiva. Anais do Fórum de Iniciação Científica do Unifunec, v. 9, n. 9, 2018.

BARRETO, D.; et al. Dispositivo intrauterino na Atenção Primária a Saúde: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 16, n. 43, p. 2821-2821, 2021.

THONNEAU, P.; ALMONT, T. Contraceptive efficacy of intrauterine devices. American Journal of Obstetrics and Gynecology, v 198, issue 3, p 248-253, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ajog.2007.10.787.

UNIMED CAMPINAS. Entenda como funciona o DIU e como esse método pode ser usado. Disponível em: https://www.unimedcampinas.com.br/blog/viver-com-saude/entenda-como-funciona-o-diu-e-como-esse-metodo-pode-ser-usado.

CLÍNICA SAUTE. DIU de cobre, hormonal ou prata? Qual escolher? Disponível em: https://clinicasaute.com.br/novidades/diu-de-cobre-hormonal-ou-prata-qual-escolher.


Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/embriologia-reproducao-humana/diu.htm