Peixe-leão

O peixe-leão, embora tenha sido observado no Brasil, é um animal originário do Indo-Pacífico, sendo, portanto, uma espécie invasora no país.

Peixe-leão é o nome dado a diferentes espécies do gênero Pterois, as quais são originárias do Indo-Pacífico. A mais conhecida é Pterois volitans, sendo essa a espécie que foi identificada no Brasil. Trata-se de um animal venenoso que se destaca por seu padrão listrado e nadadeiras que lembram um leque.

Esse animal carnívoro pode se alimentar de diferentes espécies de peixes. No Brasil, o peixe-leão é considerado uma espécie invasora e pode provocar grandes problemas ambientais, econômicos e afetar até mesmo a saúde da população.

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Resumo sobre peixe-leão

Características do peixe-leão

Peixe-leão é o nome popular dado a diferentes espécies de peixes pertencentes à família Scorpaenidae e ao gênero Pterois. Trata-se de peixes originários do Indo-Pacífico que se destacam por sua coloração e nadadeiras com raios longos. O padrão listrado, com listras brancas e vermelhas alaranjadas, e nadadeira que lembra um leque tornam o peixe-leão um animal muito cobiçado pelos aquaristas.

Esse animal pode apresentar até 47 cm e possui uma série de espinhos em seu corpo. No total, são 18 espinhos, os quais estão distribuídos da seguinte forma: 13 espinhos na nadadeira dorsal, um em cada nadadeira pélvica e três espinhos localizados na nadadeira anal. Esses espinhos são capazes de inocular veneno, ou seja, a espécie é venenosa.

Os peixes-leão são animais noturnos que se movem lentamente na escuridão. Geralmente, durante o dia, escondem-se entre corais e rochas ou ficam próximo ao substrato, locomovendo-se de maneira lenta ou em repouso. Ressalta-se ainda que são animais que não possuem predador natural.

Habitat do peixe-leão

 Peixe-leão no oceano.
Os peixes-leão são originários do Indo-Pacífico.

Os peixes-leão são encontrados, principalmente, em recifes de corais. Podem ocorrer em uma grande faixa de profundidade, sendo observados desde a superfície até 300 metros.

Como dito anteriormente, esses peixes são originários do Indo-Pacífico. Entretanto, atualmente podem ser observados no Atlântico, sendo, nesse caso, considerados uma espécie invasora. O primeiro avistamento no Atlântico ocorreu na Flórida no ano de 1985. Acredita-se que ele chegou em tal região após a soltura por alguém que criava o animal em aquário.

Apesar de já ter sido avistado na década de 1980, muitas pessoas acreditam que a invasão do peixe-leão nos Estados Unidos ocorreu quando o furacão Andrews destruiu uma loja de aquários na Flórida, o que causou a liberação de vários indivíduos. A partir dos anos 2000, a invasão tornou-se mais intensa, e espécimes foram em direção ao sul.

No Brasil, o peixe-leão foi observado pela primeira vez no Rio de Janeiro, em Arraial do Cabo, no ano de 2014. A chegada da espécie no Brasil já era um evento esperado, pois, ao longo do tempo, foram observadas trocas de espécies entre o litoral e ilhas oceânicas brasileiras e o Caribe. O que dificulta esse fluxo é a foz dos rios Orinoco e Amazonas, que forma uma espécie de barreira para algumas espécies.

No final de 2020, um exemplar foi avistado em Fernando de Noronha. A partir daí, vários registros foram feitos, inclusive na região do Ceará, onde foi registrado o primeiro acidente com o animal em ambiente natural. Na ocasião, o pescador precisou ser hospitalizado e sofreu convulsões devido à toxina do peixe.

O peixe-leão causa desequilíbrio ambiental quando introduzido fora do seu habitat natural, pois, assim como outras espécies invasoras, ele pode se multiplicar exageradamente por causa da ausência de predadores naturais. Além disso, ele pode competir com espécies nativas ou até mesmo predá-las de maneira muito intensa. Outro fator que representa perigo é o fato de que a espécie apresenta uma grande capacidade de reprodução.

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Alimentação do peixe-leão

Os peixes-leão alimentam-se, principalmente, de invertebrados, como crustáceos, e pequenos peixes. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), eles podem ingerir até 20 peixes em meia hora e podem comer animais quase de seu tamanho.

A alimentação geralmente ocorre durante o pôr do sol, sendo esse o momento em que se observa grande movimentação nos recifes, uma vez que muitas espécies descansam e se escondem nos corais durante a noite e as espécies noturnas começam a sair de seu esconderijo.

Nesse momento, o peixe-leão encontra uma boa oportunidade para se alimentar, não sendo necessário nem mesmo um gasto elevado de energia para a procura de alimento. Ele se desloca de maneira lenta e, no momento certo, suga a presa para sua boca.

Reprodução do peixe-leão

O peixe-leão é conhecido por ser um peixe solitário, unido-se a outros especificamente no período de reprodução. Durante essa fase, é possível perceber com mais clareza as diferenças físicas existentes entre machos e fêmeas. Em geral, os machos ficam mais escuros, e suas listras tornam-se menos aparentes que as das fêmeas.

O processo de corte é iniciado pelo macho e envolve, dentre outros comportamentos, uma série de subidas até a superfície da água. Na subida final, macho e fêmea nadam logo abaixo da superfície, e a fêmea libera seus óvulos em dois tubos de muco que se enchem de água e se tornam ovais.

À medida que a fêmea libera seus ovos, o macho libera os espermatozoides, os quais entram nas bolas mucosas e garantem a fecundação dos óvulos. De acordo com o ICMBio, esses peixes podem colocar 30.000 ovos.

O que fazer em caso de acidente com peixe-leão?

Apesar de ser um peixe que possui veneno, segundo o ICMBio, a toxina do peixe-leão não é letal para pessoas saudáveis. Isso não significa, no entanto, que ela não causa sintomas. Em geral, o acidente com o peixe-leão provoca enjoo, dor local, bolhas e até mesmo convulsão.

Em caso de acidente, portanto, é essencial procurar atendimento médico para que o tratamento adequado seja feito, o qual é baseado, em geral, na administração de analgésicos e anti-inflamatórios. Recomenda-se ainda colocar em água quente o local que foi perfurado pelo espinho, uma ação que ajuda na desnaturação das proteínas do veneno.

Importante: O peixe-leão não é nativo do nosso país. Assim, ao avistá-lo, é fundamental avisar o ICMBio da região sobre o local e o horário em que o animal foi observado. Em caso de pesca acidental, é importante não devolvê-lo para a água e entregá-lo, se possível, para o instituto.


Fonte: Brasil Escola - https://www.biologianet.com/biodiversidade/peixe-leao.htm